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JARDIM DA CASA HIGIENÓPOLIS

São Paulo, SP

Este casarão permeava minha memória, era meu conhecido desde minha adolescência. Sempre que passávamos ali naquela esquina da avenida Higienópolis com a rua Albuquerque Lins, muitas vezes indo para o Colégio Rio Branco onde estudava no curso científico, meu pai falava sobre as histórias desta casa. Ele contava ter passado algumas tardes por ali na sua infância naquele palacete de muitos cômodos, jardim grande e inúmeras histórias. Tia Cecilia, filha de Carlos Leôncio de Magalhães, o Nhô Nhô, casou-se com o irmão de meu avô Antônio Ângelo Pedreira Duprat e moravam no Rio em uma linda casa no bairro de Laranjeiras com um jardim de Burle Marx. Esta familiaridade levou meu pai a visitar algumas vezes o casarão de Higienópolis quando criança. Quando tia Cecilia ficou viúva, veio morar em São Paulo, e ficamos muito próximos. Ela gostava muito de meus pais, e pudemos usufruir sua convivência por muitos anos até sua morte aos 88 anos. Lembro com carinho dela, uma pessoa adorável e extremamente interessante. 

 

Nos anos seguintes, era a década de 70, e passar por ali era um pouco amedrontador, quando foi ali a Secretaria de Segurança Pública, naqueles anos sombrios da ditadura.  

 

Quando fui convidada pelo Iguatemi em 2017 (verificar a data) para participar do restauro do casarão, estas lembranças acordaram. Na primeira visita que fiz, encontrei um jardim largado ao tempo, sombrio e triste, e imediatamente fiquei feliz com a missão de devolver vida a este lugar. 

 

Nhô Nhô Magalhães era um homem de grandes negócios. Foi um cafeicultor, um importante barão do café, com muitas fazendas no oeste paulista.  

 

falar mais. 

 

 

O projeto deste palacete à moda francesa e com muitas notas de ecletismo no seu interior, estava já meio fora do tempo. O propósito era ser a casa da cidade, para receber grandes eventos sociais, já que a família vivia na fazenda Cambuy, em Matão. O projeto foi iniciado em 1927, pelo escritório Siciliano & Silva, e começou a ser construído em 1930, logo após a queda da bolsa de Nova York, (explicar a diversidade dos negócios dele a esta altura)   

Demorou quase dez anos para ser construído e  

 

 

 

 

Para adequar a casa ao novo uso, com eventos e um museu no subsolo, fizemos estudos de circulação e logística de forma a pensar na melhor forma de fazer esta adaptação. entrada e saida de serviço, de  

 

É muito bom saber que este casarão vai continuar lá cheio de vida, naquela mesma esquina, testemunho de um momento da história do ciclo cafeeiro de São Paulo, nesta cidade que está transformando nossa memória e referências em escombros. 

© Isabel Duprat
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